domingo, 10 de outubro de 2010

ABORTO? PERGUNTE AO EX-PETISTA FLÁVIO ARNS



Se alguém ainda quer saber o que o PT pensa sobre o aborto, ou especificamente o que a presidenciável Dilma Roussef pensa (ou pensava) sobre o tema, que pergunte ao senador Flávio Arns (PSDB). Ele ainda era um membro ilustre do PT, em setembro de 2007, quando foi aprovada a resolução pró-descriminalização do aborto no 3º Congresso do partido.

Naquele mesmo mês, Arns também foi um dos personagens no acordo espúrio fechado pelos senadores petistas Aloízio Mercadante (SP) e Ideli Salvati (SC) que garantiram a absolvição do então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), acusado de maltratar o dinheiro público para pagar a pensão de uma filha ilegítima.

Na ocasião, a comparação dos petistas com os porcos da fábula política “Revolução dos Bichos, de George Orwell, desceu um ou dois degraus na cadeia alimentar. Restou-lhes os ratos, acostumados a esgueirar-se nos becos sujos e chafurdar nos esgotos. Pois nem Orwell imaginaria que o animalzinho repugnante chegaria a tanto.

Dos petistas que recusaram-se a participar do acordão que livraria Calheiros do processo de cassação, então definido como um “excesso de democracia”, estavam quatro senadores do PT: Eduardo Suplicy (SP), Delcídio Amaral (MS), Augusto Botelho (RR) e Flávio Arns (PR).

Como a sessão foi secreta, só a palavra dos oposicionistas permitiu confirmar que Arns e seus colegas decididamente votaram pela cassação, desobedecendo assim o que era uma questão fechada do partido.

Em 2008, já desiludido com os rumos do partido, Flávio Arns tomou a decisão de mudar de sigla motivado por duas razões: 1) a resolução pró-aborto aprovada no 3º Congresso do PT. 2) A confirmação de que o partido abraçara-se ao fisiologismo risonho e sacudido.

No caso do aborto, é sabido que Arns é sobrinho do arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, e de Zilda Arns, ex-presidente da Pastoral da Criança, morta tragicamente, em janeiro deste ano, no terremoto que arrasou o Haiti. Sua posição anti-aborto, portanto, era conhecida entre os demais senadores por conta de seus princípios religiosos, donde sua permanência no PT seria insustentável.

Porém, como o TSE aprovara o princípio da fidelidade partidária, entendendo que o mandato pertencia ao partido e não a seus detentores, Arns foi obrigado a permanecer na sigla até 2009 sob a ameaça de ser substituído por sua suplente.

Filiado ao PSDB, em outubro do ano passado, Arns atendeu convite de Beto Richa para ocupar a vaga de vice-governador. Com a vitória do tucano já no primeiro turno, ele tornou-se o único secretário já confirmado no novo governo. Irá acumular a pasta da Educação. Ah, que fique claro: Arns nunca precisou negar suas convicções, sejam elas religiosas ou morais, para atender expectativas eleitoreiras.

1 comentários:

Unknown 11 de outubro de 2010 às 19:55  

É isso aí Flávio Arns, apoie sempre a vida!

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