domingo, 10 de outubro de 2010

O TEMA NÃO É O ABORTO. É A MENTIRA


"Minha Vida" de Dilma no site oficial da candidata: foto do meio é empulhação.


Dilma mentiu no currículo, mentiu na foto (passando-se por Norma Bengell) e agora mente no caso do aborto: um flagrante de amadorismo político.

Um apanhado de argumentos que, creio, fecham o círculo em torno do que NÃO é a discussão sobre o aborto (saúde pública, direito das mulheres, etc.) e sim a MENTIRA com viés eleitoreiro:

FATO. Dilma Roussef afirmou, por diversas vezes, ser favorável à descriminalização do aborto. Seu partido, o PT, aprovou em congresso a indicação favorável ao aborto, mas devido a interesses eleitorais, ela optou por negar tudo o que disse antes, como que obrigando os eleitores a uma lobotomia coletiva.

FATO. Dilma afirmou, em 4 de outubro de 2007, durante uma sabatina no jornal “Folha de S. Paulo” que considerava um absurdo não haver, no Brasil, a descriminalização do aborto.

FATO. À revista “Marie Claire”, no ano passado, Dilma declarou o seguinte: “Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização. O aborto é uma questão de saúde pública.”

FATO. Na edição da “IstoÉ” de 8 de maio de 2010 – há cinco meses, portanto – Dilma foi indagada se era favorável a uma legislação que descriminalizasse o aborto. Respondeu: “Que obrigue a ter tratamento para as pessoas, para não haver risco de vida. Como nos países desenvolvidos do mundo inteiro. Atendimento público para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto”.

FATO. No entanto, no dia 29 de setembro, quatro dias antes do primeiro turno, Dilma desdisse tudo aquilo que havia dito antes ao reunir lideranças católicas e evangélicas e declarar ser contra o aborto. Disse mais: comprometeu-se, se eleita, a não apresentar uma proposta de plebiscito para a legalização do procedimento.

FATO. O que fez Dilma mudar de ideia? Ora, por óbvio o receio de perder a eleição. A presidenciável petista, portanto, MENTIU. E sua mentira não atende ao perfil do proselitismo político, mas sim o da falsidade ideológica.

FATO. Dilma foi ainda mais longe. Para reforçar sua “nova posição” usou de um bebê recém-nascido – no caso o seu neto, Gabriel – para afirmar, em entrevista a “O Estado de S. Paulo” que “pessoalmente era contra o aborto”. “Até porque seria muito estranho, no momento em que meu neto acabou de nascer, eu defender o aborto. O aborto é uma violência contra a mulher”.

FATO. Dilma MENTIU. E a MENTIRA em qualquer democracia que mereça esse nome é vista como um crime de lesa-pátria. O caso emblemático é o do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que, em 1998 foi obrigado a aparecer diante das câmeras e admitir o que, de resto, o mundo inteiro já sabia: "Eu tive um relacionamento com a senhorita (Monica) Lewinsky que não foi apropriado", afirmou, referindo-se à estagiária com quem trocou fluidos corporais em um pequeno gabinete localizado no Salão Oval da Casa Branca. Se sustentasse a MENTIRA, o processo de impeachment era inevitável.

FATO. No caso de Dilma, a MENTIRA é conceitual, renega uma decisão do congresso do partido, em que se aponta claramente a descriminalização de aborto. E há que se lembrar que o PT ainda reza sob a cartilha do centralismo democrático de Lênin, que defende a “liberdade na discussão e a unidade na ação”. Ou seja, o que o partido aprovou deve ser manifestamente seguido por todos os militantes. Dilma, inclusive.

DÚVIDA. Sob esse enumerado de afirmações, resta saber agora qual Dilma tomará posse em 1º de janeiro, caso saia vitoriosa das urnas: a que defenda a descriminalização do aborto ou a que o rejeita?

DÚVIDA. Por que Dilma mudou de opinião? A resposta talvez esteja na mesma razão que a levou a apresentar um programa de governo “hard” no começo da manhã, prevendo o controle social da mídia, e outro programa “light” no fim da tarde, com os itens polêmicos devidamente emasculados.

REFLEXÃO
. Se o Brasil pretende evoluir da taba para o mundo moderno, é hora de refletir sobre quem elege para gerir o destino de uma população de quase 200 milhões de habitantes.

EIS AGORA UM MITO. Apesar do que afirmam os sites e blogs religiosos, não há provas de que o vice de Dilma, o peemedebista Michel Temer, seja um satanista. Nem ele, nem José Sarney, nem mesmo Fernando Collor. Se bem que, no caso dos dois últimos, é admissível que o tinhoso lhes seja simpático.

2 comentários:

Anônimo 10 de outubro de 2010 às 13:49  

BRILHANTE!!!!!!!!!!!!!!
Claudia Wasilewski

Moziel T.Monk 10 de outubro de 2010 às 19:36  

O diabo é não deve querer ver seu nome associado a certos elementos da política brazuca...

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