quarta-feira, 29 de setembro de 2010

QUE GUERRA IDEOLÓGICA, CARA PÁLIDA?


O "Movimento dos Sem Mídia" vai às ruas: eles só querem pesquisa a favor.

A Gazeta do Povo erra ao eleger entre seus interlocutores, no meio acadêmico, partidários notórios do atual modelo lulo-petista de governo. É o caso de Emerson Cervi, Adriano Codato e, pasme, Ricardo Oliveira, que foi candidato pelo PT. Quando não há o contraditório surgem aberrações como esta de Codato que afirma, tal como um periquito de realejo, que vê uma guerra ideológica entre Dilma e a “Folha de S. Paulo”, por conta, certamente, das denúncias envolvendo a Casa Civil e a famiglia Erenice Guerra. Por essa razão, a tal guerra estaria refletindo nos números do Datafolha, que pertence ao Grupo Folha. É uma acusação séria.

Codato quer afirmar que os resultados da pesquisa foram orientados, apontando um segundo turno, porque a “Folha” é “inimiga” de Dilma. “A atual conjuntura, de radicalização dos ânimos, não nos permite afirmar nada baseado na pesquisa de um único pesquisador. Não sabemos se as informações são orientadas ou não”.

Afirmações menos contundentes do que as de Codato acionaram os aparelhos do governo e levaram à manifestação contra o “golpe midiático” na semana passada. Mas democracia é isso. Ouvir o contraditório, ainda que o contraditório seja movido por paixões pecuniárias.

Não culpemos Codato. A Gazeta errou ao não ouvir um especialista isento. Preferiu recorrer a um acadêmico da Universidade Federal do Paraná, cuja contaminação petista é notória.

Codato é frequentemente convocado para opinar sobre assuntos referentes à política. Erra feio na maioria. Falou sobre o nepotismo num momento em que o assunto era efervescente na Assembleia. Saiu de lado. Não disse nada. Bancou o Leão da Montanha.

Em outro caso, disparou, com atraso considerável, ao discutir a “ditabranda” e a “ditadura”. Não leu o editorial da “Folha de S. Paulo”. Preferiu se fiar pelo que já havia sido escrito pelos acadêmicos irmanados. Perdeu uma grande chance de abordar o assunto com seriedade e a discutir o termo sob o ponto de vista do maquiavelismo – sua especialidade. Quanto ao termo, não foi inventado pela “Folha”. Nem defendido por ela. E nem seria necessário uma leitura atenta para concluir isso.

Provavelmente Codato apoiou o risível Movimento dos Sem Mídia (MSM). E o pensamento dos MSM – o acadêmico deve concluir – é que sem-mídia pressupõe com-mídia. Deu, então, na TV Brasil. Pior, no uso de funcionários do governo para filmar os comícios de Dilma, quando ela estava acompanhada de Lula. Funcionários não-alinhados denunciaram o caso. A Folha registrou. Fez jornalismo ou guerra ideológica? Por favor, Codato com a palavra.

Se Dilma, vencer, e esse é o cenário mais provável – mesmo num eventual segundo turno –, espero ler na Gazeta um artigo de Codato discutindo a “democracia” e a “democradura” sob a ótica das declarações de José Dirceu, o Chefe do Mensalão, e da parolagem de Lula. Eu sei, a cara de pau dessa gente não tem limites. Peroba neles, irmão!

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