TUDO QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE DILMA, MAS NÃO ESTAVA NEM AÍ
Revolucionária desde os 16 anos, Dilma usou vários codinomes, inclusive Marilena Chauí e Araci de Almeida. Ninguém suspeitou.
Dilma Vana Rousseff, depois Vanda, depois Dorothéa, depois Juliana, depois Clarabela, depois Shakira, nasceu em Uberaba, Minas Gerais, em 14 de dezembro de 1947, filha de um búlgaro, o poeta Pétar Russév, que adotaria o nome de Petardo Roussef, e da professora brasileira Dilma Me Jane You Tarzan Silva.
Precoce, aos 16 anos ela aprenderia as primeiras letras e tomaria conhecimento de seu destino revolucionário com a leitura de gibis do Fantasma, em que se imaginava como Lothar, recém-saído do armário, e as fotonovelas da “Sétimo Céu”.
Matriculada no Colégio Sion, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, Dilma trataria de tomar a frente de um movimento que derrubaria a crença machista de que mineira tem mais horas de cama do que urubu de voo. Se bem que há controvérsias.
Já em seu último ano na escola, passaria a se reunir com elementos de conduta suspeita, que se auto-intitulavam Huguinho, Zezinho e Luizinho. Cedo casaria-se com um deles. Só não me pergunte com quem.
Os quatro formariam um dos primeiros grupos revolucionários de Minas: o Pocotó (Política Comunista e Tó Pra Vocês), inspirado nos ensinamentos de Lênin, Marx, Trotski e Sade. Donde a explicação para o marxismo de linha masoquista que tomaria conta do grupo e daqueles que ingressariam na organização nos meses seguintes.
Encarregada de cooptar estudantes, Dilma depois Chica, depois Amélia, depois Luciana, depois Maria, depois Hebe Camargo, usaria de seu conhecido charme para atrair os incautos. Como o plano (nem o charme) revelariam-se eficazes, Dilma trataria de esperar os estudantes atrás de uma moita, acertando-lhes a cabeça com o mesmo porrete com que o pai búlgaro obrigava seus conterrâneos a ouvir suas poesias, levando-os então para o “aparelho”.
Em seis meses, Dilma já havia incorporado à organização dois estudantes de sociologia, um de física quântica e um vendedor da Enciclopédia Barsa.
Com a luta armada ganhando corpo e o regime militar prestes a endurecer, o grupo de Dilma se fundiu a uma organização guerrilheira, especializada em assaltar disk-pizzas. Em sua primeira missão, planejada por Dilma e seu marido (Huguinho, Zezinho ou Luizinho), eles renderiam o pizzaiolo, o gerente e o motoboy e desapropriariam uma quantidade absurda de mussarela, orégano e molho de tomate.
O sucesso da empreitada fez com que o grupo ganhasse o nome de Aliche (Armas e Liberdade Para Che), uma homenagem singela ao guerrilheiro assassinado na Bolívia.
Dilma não compactuava com a democracia. Via falhas imperdoáveis, por exemplo, no modo como a imprensa se manifestava, no voto popular e na liberdade do indivíduo de ir e vir. Que horror! Seu modelo ideal de governo era o cubano, em que um grupo tomava de assalto o poder e cantava “La Palomita” por longos 40 anos.
Em 1968, já com o AI-5 em vigor, Dilma, depois Lara, depois Joana, depois Ritinha, depois Elizabeth, depois Diná, depois Araci de Almeida, viaja para São Paulo com seu novo marido (Huguinho, Zezinho ou Luizinho) e passa a viver na clandestinidade em local ermo e não sabido.
Com a decisão do Aliche de ingressar na luta armada, Dilma passa a ter aulas de tiro, tornando-se uma exímia pistoleira – se é que você me entende.
Em missão planejada por Dilma, o Aliche mata um coronel alemão, alto, loiro, de olhos azuis, 1,80m pensando tratar-se de um militar boliviano, baixo, índio, quase preto, 1,50m.
Depois de repetir os erros, assassinando um manequim de loja e um escoteiro que ajudava uma velhinha a atravessar a rua, o Aliche decide concentrar suas operações em assaltos a banco.
O grupo de Dilma desiste de matar agentes do regime, depois de assassinar um manequim de loja e eliminar um escoteiro que ajudava uma velhinha a atravessar a rua.
Em 1969, Dilma, depois Beatriz, depois Paola, depois Anita, depois Marieta, depois Ana Lúcia, depois Julieta, depois Marilena Chauí ou Rose Marie Muraro – dependendo do ambiente acadêmico em que se infiltrava – conclui que há condições objetivas para a revolução brasileira e convoca Carlos Lamarca, então ocupado em fugir das forças repressivas no Vale do Ribeira, para uma reunião.
Dilma não parece estranhar quando o líder da VPR (Vanguarda Pop Revolucionária) surge à sua frente trajando uma bermuda de surfista e um boné com orelhas do Mickey. Depois de três dias de debate e uma partida de biriba, os dois grupos resolvem se fundir e formar a Zumbi Ziriguidum dos Palmares, cujo propósito principal é arrecadar fundos para financiar a derrocada do regime militar no país e propiciar a ascensão da ditadura do proletariado, mais dita e menos proleta.
O golpe de sorte se dá numa tarde primaveril, quando um dos maridos de Dilma (Huguinho, Zezinho ou Luizinho) obtém a informação de que o cofre de Adhemar Barros, que havia batido as botas, estava na casa da sua amante, o “Dr. Rui” (please, sem mais detalhes), no Rio.
Na operação, que, por modéstia ou inibição, Dilma não assumiria o planejamento, a Zumbi Ziriguidum, desapropria (hahaha) US$ 2,5 milhões de dólares, dinheiro suficiente para encher, segundo cálculos de Joelmir Betting, já um velho economista na época, dez contêineres de balas Juquinha.
Dilma e o Zumbi Ziriguidum, no entanto, preferem festejar comprando passaportes surpresa do Playcenter e ingressos para a temporada de pornochanchadas do cine Paissandu.
Com parte do dinheiro, Dilma compra um fusca 66 bege e nele pinta a logomarca da organização. O Politburro aprova. Num congresso realizado em um hotel cinco estrelas de Búzios, no Rio, os membros da Zumbi Ziriguidum assinam uma resolução conjunta, mas ainda assim resolvem se separar. Lamarca diz que é coisa de pele (de cobra), mas não se refere explicitamente a Dilma.
Em 16 de janeiro de 1970, já ensaiando carreira-solo, Dilma é presa num bar da Martins Fontes, quando tomava cerveja com dois amigos e jogava porrinha.
No Dops, para onde é levada, Dilma passa por uma sessão de afogamentos nas quatros modalidades – nado livre, borboleta, costas e cachorrinho, seguindo-se o popular pau-de-arara e depois a temível cadeira do dragão. É neste instrumento de tortura que ela sofre sua maior provação. Diante de uma cartilha “Caminho Suave”, ela é obrigada a ler cada letra do alfabeto e soletrar as sílabas. Toma choques eventuais, mas passa por maus bocados na letra Z de Zabumba, quando chega a desmaiar e é reanimada por seus algozes.
Transferida para o presídio de Tiradentes, ela passa a levar a vida na flauta. Primeiro, recebe comida especial de seus familiares. Depois livros e discos. Nas tardes de deprê deita no andar de cima do beliche, fumando e ouvindo tangos. E nem se importa quando o então marido (Huguinho, Zezinho ou Luizinho) a corneia com a atriz Beth Mendes.
Após 28 meses, Dilma é libertada. Mas resiste em sair (chega a acorrentar-se nas grades). Por dias a fio, acampa na frente do presídio ameaçando atirar seu fusca contra os portões ou atear fogo em seu próprio corpo caso os militares não a devolvam à sua cela. Em vão.
Depois de render-se ao inexorável, Dilma viaja para Porto Alegre, onde cursa a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em 1979, quando os anistiados começam a voltar do exterior, Dilma ou Vana ou Roussef já está instalada em um cargo fácil e bem remunerado e pronta para abrir os braços ao futuro. Alguém aí lembrou da “ditabranda”?
0 comentários:
Postar um comentário
Somente aqui a sua mensagem não precisa passar pelo crivo da censura. Use e lambuze, mas respeite a Convenção de Genebra.