segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A MORTE DO HOMEM DA BENGALA



O chefe do mensalão, José Dirceu, é agredido por Yves Hublet, em novembro de 2005, ao deixar a Câmara dos Deputados no auge do escândalo do mensalão: "Fristão! Fristão!"

Só um mês depois, a imprensa paranaense noticiou, ainda que por meio de blogs, a morte do escritor curitibano Yves Hublet, 72 anos. Radicado em Brasília, Hublet foi o autor das três bengaladas aplicadas no ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), em novembro de 2005, no auge do escândalo do mensalão.

Hublet faleceu em 26 de julho deste ano em circunstâncias que, segundo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) teriam sido misteriosas. De acordo com o amigo e editor Airo Zamoner, dono da editora Protexto, que publicava os livros de Hublet, o escritor enfrentou diversos problemas no país e acabou mudando-se para Bélgica, já que possuía dupla cidadania.

Em maio, ele retornou a Curitiba (PR) a fim de tratar da edição de um novo livro e resolver questões matrimoniais – um novo casamento o aguardava na Europa.

Zamoner diz que ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, onde faria a conexão para a capital paranaense, Hublet foi preso e ficou incomunicável por pelo menos cinco dias (os dados não são confirmados). “É uma denúncia séria”, disse o senador Alvaro Dias. “Ele teve de deixar o Brasil e foi preso ao desembarcar em Brasília. Não sei em que condições ele foi preso, mas ele ficou doente na prisão e foi hospitalizado sob escolta.”

A versão das autoridades é a de que ele estaria com câncer. No dia de sua morte, uma ex-namorada do escritor de nome Solange recebeu um telefonema de Brasília comunicando seu falecimento. O corpo de Hublet foi cremado.


Vídeo mostra as cenas em que José Dirceu é "recepcionado" pelo escritor curitibano Yves Hublet: alguém lavou a alma.

O episódio das bengaladas, que ganhou destaque internacional, ocorreu no momento em que o ex-deputado federal e ex-ministro José Dirceu deixava o plenário da Câmara dos Deputados, dias antes de ser cassado. Na ocasião, os seguranças da Casa detiveram Hublet e o levaram para prestar depoimento na Polícia Legislativa.

Ao agredir Dirceu, Hublet, um escritor de livros infantis que chegou a trabalhar também como ator em novelas da Rede Globo, gritou: “Fristão! Fristão!” Era uma referência ao livro Dom Quixote, de Miguel Cervantes, em que um personagem de tal nome é acusado pelo cavaleiro da triste figura de roubar sua casa, seus livros e transformar em gigantes os moinhos que ele enfrentava.

Hublet morreu como um Dom Quixote em sua batalha para resgatar a honra dos antigos cavaleiros a golpes de espada com o imaginário. Fristão, o sacripanta, venceu.

2 comentários:

josé dávila 6 de setembro de 2010 às 22:04  

Porra meu!!
Esses militares são um perigo.
Ainda bem que a esquerda luta contra esses abusos,não é verdade?
Como é que pode prender alguém assim,só porque deu umas cacetadas no chefe maior da corja?
Ahh,esses militares...

Kellen 1 de dezembro de 2010 às 18:11  

eu tenho pena de vc... são fanáticos assim, que fazem do nosso país o que ele é hoje. Deveria se informar melhor sobre o assunto, e não sair a fazer publicidade política em cima da vida e da morte de alguém. Crie vergonha... deixo-te um link sobre a explicação de amigos de Yves, que o acompanharam nos seus últimos dias...
http://jornaloexpresso.wordpress.com/2010/11/03/esclarecida-a-misteriosa-morte-de-yves-hublet/

Postar um comentário

Somente aqui a sua mensagem não precisa passar pelo crivo da censura. Use e lambuze, mas respeite a Convenção de Genebra.

POLÍTICA DO BLOGO

É permitido opinar, criticar e discordar dos posts e comentários publicados neste espaço desde que a Convenção de Genebra não seja mandada às favas. Também concedo-me o direito de observar os bons e maus costumes. Ou seja, filtrarei, deletarei e empalarei as agressões pessoais abaixo da cintura e os vitupérios dirigidos a outros que não este blogueiro (falem mal, mas falem de mim). No mais, soltem a franga.

  © Blogo Marcus Vinicius 'www.blogodomarcus.com.br 2008

Voltar para CIMA