quarta-feira, 11 de agosto de 2010

LULA INCORPORA WANDO EM BH (SÓ FALTARAM AS CALCINHAS)


O Wando verdadeiro abraça calcinha vermelha durante show, para delírio das fãs.


O "fake" entrega rosa vermelha à candidata Dilma Rousseff. "Qual é seu número, companheira?"

Sorte de Lula que, como diz o verso de cartola, “As Rosas Não Falam”. Do contrário, a flor vermelha, que Lula entregou a Dilma durante comício em Belo Horizonte (MG), não resistiria a um comentário jocoso diante do que o presidente considerou um ataque do apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, na entrevista em que Dilma Rousseff esteve na bancada do JN.
Lula deveria saber que jornalista, caso de Bonner, prescinde de rapapé e reverências, como aqueles declinados por assessores que vagalumeiam em torno do petista. Seja o candidato mulher ou homem.

Jornalista deve ser jornalista, desde que não ultrapasse os limites éticos e respeite a Convenção de Genebra. Ponto. E Bonner não excedeu. Muito pelo contrário. Foi contundente e crítico como todo jornalista deve ser. Não foi diferente com Marina. Nem será com José Serra e quem mais vier.

Ao simbolizar, na rosa, a “calma e a tranquilidade” com que Dilma se portou, Lula pareceu incorporar o cantor Wando, que faz uso do artifício de distribuir rosas ao seu público – a maioria feminino – e junto com elas as indefectíveis calcinhas. Foi um item que Lula não acrescentou, mas que certamente lhe passou pela cabeça.


Wando ganha calcinhas na Virada Cultural em São Paulo: Lula quase chegou lá.

No besteirol de palanque, o presidente disse esperar que, por Dilma ser mulher, merecesse de Bonner um pouco mais de gentileza. Ora, estamos falando de Dilma Rousseff, e não de uma iraniana prestes a ser apedrejada ou enforcada. Nesse caso, não cabe interferência do estado brasileiro, o que seria uma “avacalhação” (sim, ele mudou o discurso, mas o estrago já estava feito).

Lula erra a mão na crítica a Bonner e erra no conceito ao ver na mulher Dilma a garantia de algum tipo de bônus de isenção a críticas e questionamentos duros. Nem a pau, Juvenal.
A petista e eventual “presidenta”, como se expressa em seu português tosco, pegou em armas no final de 60, participou da guerrilha e sonhou com a ditadura do proletariado no país. Portanto, não é virgem vestal.

E mesmo se fosse, estaria sujeita às mesmas interrogações de Bonner, que alguns críticos até consideraram brandas. Se o apresentador entrasse na seara da política internacional do país e das amizades com ditadores sangrentos que matam a pedradas, negam o holocausto e abominam os homossexuais, talvez Dilma cantasse o samba do “Gago Apaixonado” de Noel Rosa já nos primeiros minutos da entrevista.

Sorte Lula. Sorte Dilma. As pedras não falam.

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