terça-feira, 3 de agosto de 2010

A DÍVIDA DE SANGUE DE LULA


Lula sujou as mãos ao tratar presos de consciência cubanos como "detentos comuns" e dar as costas para o apedrejamento de iraniana.

Com a campanha eleitoral em curso e o fato inegável de que Lula é o principal arregimentador de votos da presidenciável petista Dilma Rousseff seria óbvio supor que ele trataria com luvas de pelica questões mais delicadas de grande repercussão nacional e internacional. Que nada.

Lula seguiu outra cartilha: a do revanchismo ideológico e do antiamericanismo latente que resultaram em um desastre que pode ferir de morte a candidatura de Dilma.

Até então, Lula havia brincado com déspotas locais, como Hugo Chávez e Evo Morales, cujo socialismo de picadeiro não é levado a sério nem entre a respectiva população dos países que governam.

Lula, no entanto, embalava uma ambição maior: tornar-se secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Pelo visto, mostrou-se inábil e despreparado.

A prova maior envolve o apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani acusada de “relacionamento ilícito” com dois homens, mesmo sendo casada. Ela alega inocência e já recebeu 99 chibatadas.

“Se vale a minha amizade com o presidente do Irã (Mahmud Ahmadinejad) e se ela [a mulher condenada] estiver causando incômodo lá, nós a receberemos no Brasil de bom grado”, afirmou Lula durante comício em Curitiba.

Tarde demais, presidente. Quando foi instado a se manifestar, na semana passada, Lula disse que as tentativas de salvar Ashtiani seriam uma “avacalhação”. (...) “É preciso tomar muito cuidado porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras. Se começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes daqui a pouco vira uma avacalhação".

Quando recuou era tarde demais. Já havia forjado as pechas de “idiota útil” e de “melhor amigo dos tiranos do mundo democrático” atribuídas pelo jornal “Washington Post”.

Não é a primeira vez que Lula incorre em erros “antalógicos”. Já na década de 70, quando ainda era sindicalista, assistiu um empresário ser atirado do alto de um prédio por manifestantes. Na época, comemorou. No filme “Lula, o Filho do Brasil”, lamentou.

Mas seu perfil revanchista e equivocado se mostraria presente na morte decorrente de greve de fome do preso cubano Orlando Zapata, que Lula comparou a um “presidiário comum”. Da mesma forma, ao conceder o status de refugiado político ao terrorista Cesar Battisti e encarar a questão dos narcoterroristas das Farc como uma “questão pessoal entre dois presidentes” (Alvaro Uribe e Hugo Chávez).

À série de equívocos do presidente, soma-se agora o do movimento internacional para a libertação de Ashtiani, que se espalhou pela internet e ganhou adesões do quilate de Chico Buarque, Caetano Veloso e Yoko Ono.

O porta-voz iraniano Ramin Mehmanparast fez troça das pretensões de Lula de asilar a iraniana condenada. “Ele (Lula) é uma pessoa muito emotiva que provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso”, afirmou.

Se Lula precisava de um espetáculo de lucidez, ei-lo. O petista caminha, de braços dados, com a escória mundial. Não faz muito o presidente “assassinou” a geografia e disse que o Mar Morto ficava na Europa. Pois é. Para Lula, o Mar Morto não está para peixe. E não está mesmo.


Placa de recepção da cidade de Caetés (PE), onde Lula nasceu: foi mal.

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