DILMA E O TRABUCO
Dilma e o trabuco. Ah, o trabuco é o da direita.
Os petistas insistem em afirmar que a Dilma Rousseff guerrilheira, seja lá o codinome que carregasse (Vanda, Vania, Cremilda, Dorotéia), nunca pegou em armas nem sequer participou de roubo a bancos. Tudo o que fez foi organizar e discutir alternativas revolucionárias de poder no Brasil nos anos de chumbo. Hmm Hmm.
Há a especulação de que ela teria sido a principal cabeça no roubo do cofre do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros, então sob custódia do "Dr. Rui".
"Dr. Rui", explique-se, era o codinome de Anna Capriglione, amante de Adhemar. O nome "Dr. Rui" era utilizado para falar com o governador no Palácio dos Bandeirantes. Mas todos já sabiam de quem se tratava. O próprio Adhemar se encarregava de espalhar piadinhas. Adhemar era um corrupto de carteirinha. Antes do golpe de 64 havia se candidatado à presidência da República. O seu slogan informal era "rouba, mas faz". Claro, acabou cassado.
Em julho de 1969, a organização VAR-Palmares, integrada por Dilma, invadiu a casa do "Dr. Rui", em Santa Tereza, no Rio, e retirou do cofre cerca de 2,6 milhões de dólares. Uma fortuna para a época. Segundo entrevista do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) à "Playboy", no ano passado, a participação de Dilma no roubo não teria nenhuma "proeminência". Muito pelo contrário.
Mas os relatos são contraditórios. O escritor Cristóvão Tezza diz, no premiado livro "O Filho Eterno", que recebeu, em Portugal, onde circulava em retiro existencial, notas mensais de 100 dólares, enviadas por um cunhado de Cascavel, no Paraná, para ajudar no seu sustento. Os dólares, segundo ele, seriam uma fração do roubo do cofre do Adhemar, àquela altura já falecido. Tezza cita ainda uma certa ministra de Estado do governo Lula que teria participado da operação. Por óbvio só pode ser Dilma. Mas o escritor pode estar equivocado.
De qualquer forma, o que Dilma não pode negar é sua intimidade com o trabuco. Tratava-se de uma organização disposta a pegar em armas, pois não, e o que se vê na foto publicada acima é exatamente isto: a militante Dilma, de longos cabelos desgrenhados, rechonchuda e sem o par de óculos, tendo ao seu lado um FAL (Fuzil Automático Leve), de uso exclusivo das Forças Armadas.
Dilma certamente fez treinamentos com o fuzil e deve tê-lo montado e desmontado várias vezes, como faz um soldado em qualquer unidade militar. Se ela usou-o, efetivamente, em operações de guerrilha, só a abertura dos arquivos da ditadura pode deslindar. Por enquanto, resta a dúvida. E que dúvida.
1 comentários:
Que gasto de energia...
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