domingo, 14 de março de 2010

OPORTUNISTA, MIGUEL SANCHES NETO LANÇA “CHÁ DAS CINCO COM O VAMPIRO”

O livro retrata os hábitos e a vida do recluso Dalton Trevisan, com quem o escritor travou amizade para sugar-lhe a carótida

Enfim, Miguel Sanches Neto, o escritor de Peabiru (PR), fez chegar à luz o livro “Chá das Cinco com o Vampiro.” A obra foi composta em 2002 e ficou na gaveta por oito anos porque trata nada mais nada menos de um produto oportunista.
Sanches Neto cultivou a amizade com o contista Dalton Trevisan – conhecido por sua reclusão (assim como Rubem Fonseca) – e, sem que o vampiro curitibano soubesse, extraiu dos encontros material para o seu livro. Este que se apresenta.
O furto literário foi simples e não tem nada do pomposo “Chá das Cinco” anunciado no título. Sanches Neto encontrava-se semanalmente com Dalton no centro de Curitiba e, juntos, tomavam café e trocavam impressões sobre literatura. Sanches Neto havia lido “Cemitério de Elefantes” e ficara encantado com o estilo de Dalton, tanto que o transformara em uma peça acadêmica.
O que Dalton não sabia é que as conversas que travava com o escritor, e com outros membros da comunidade literária, eram meticulosamente anotadas por ele, já com o objetivo de transpô-las para um livro. Para evitar maiores embaraços, Sanches Neto incorporou personagens fictícios. Dalton Trevisan, por exemplo, virou Geraldo Trentini.
Quando soube que Sanches Neto estava produzindo uma obra em que o incluiria como protagonista, Dalton ficou furioso. Antes, em 2004, já desconfiara que informações passadas a um jornal curitibano sobre os seus hábitos diários – as caminhadas, inclusive – tinham o “dedo-duro” do amigo.
O resultado foi o poema “Hiena Papuda”, publicado em 2006 e nunca incluído na obra oficial de Dalton, em cujos versos, o escritor despeja cólera contra seu ex-amigo: “traveca de araponga louca da meia-noite” e “no teu coração pesteado rondam os lobos da inveja / na tua alma leprosa / uivam os chacais da infâmia.”
Em 2007, Sanches Neto deu uma longa entrevista ao jornal literário “Rascunho” e nela revelou a existência do livro.
“Não sei o que fazer com ele. Não quero publicá-lo porque pode parecer oportunismo. Se eu jogar fora esse romance, aumento o mito em torno dele. Enfim, está lá. Talvez eu o publique no futuro. Mas não tenho vontade. O livro se chamava ‘Chá das Cinco com o Vampiro.’ Hoje, chama-se só ‘Chá das Cinco.’ Tirei o vampiro.”
Dito e feito. Sanches Neto trouxe à tona, pela editora Objetiva (294 páginas, R$ 39,90) o que considerava “oportunismo” e com o título tal como imaginara originalmente.
Que não se negue ao escritor os caraminguás necessários para sua sobrevivência. Sanches Neto era da Record – responsável pela edição dos livros de Dalton, que negou-se a publicar o livro. O que ele fez, então, foi mudar de editora. Resolvido.
Que também não se reprove sua atitude, nem o modo como ele agiu nas sombras. Há espécies que agem assim e fazem parte da cadeia alimentar. Inclusive, entre os escritores.
O inglês Ian Hamilton, por exemplo, saiu em busca de J.D. Salinger, outro recluso notório que morreu neste mês aos 91 anos. Escreveu uma série de cartas ao escritor, fuçou as bibliotecas, conversou com membros de sua família, descobriu contos inéditos só publicados em revistas e quando se preparava para colocar o livro no prelo, foi barrado por advogados de Salinger.
Ainda assim, a obra foi publicada, mas devidamente retalhada. Hamilton, ainda assim, agiu com a devida ética, sem invadir a privacidade do escritor. Certa vez, fez menção de abordá-lo, mas julgou que era imprudente interferir na vida de um recluso, que depois de um romance de sucesso estrondoso (“O Apanhador no Campo de Centeio”) e três livros de contos, nunca mais publicara uma linha sequer.
Dalton Trevisan passou por situação semelhante na década de 70. Um repórter da extinta revista “Status” foi destacado para fazer uma reportagem com ele. Para ganhar sua amizade, passou a freqüentar os mesmos lugares do escritor. Inclusive a banca de jornais. Foi ali, em um papo rápido, que Dalton lhe recomendou uma edição de bolso dos contos de Tchekov.
Na edição da revista, o editor destacou essa passagem e Dalton Trevisan mandou-lhe uma nota lacônica, publicada na seção de cartas, chamando-o de “barata leprosa”. Bem ao estilo do escritor.
Pois a definição do inseto cai bem no modus operandi de Sanches Neto. A certa altura do livro, ele diz sobre Geraldo Trentini o que gostaria de dizer sobre Dalton: “que o fato de esconder sua intimidade, mais ou menos medíocre, é uma ‘jogada de marketing’ que fez com que a biografia de Dalton crescesse.” Pergunte a Ivan Lessa, que conheceu Dalton já quando publicou seu primeiro livro de contos – “Novelas Nada Exemplares” (uma piada com Miguel de Cervantes) –, se concorda com essa afirmação.
O que se diz de Sanches Neto é que ele padece de uma inveja crônica e que, nas devidas circunstâncias está mais próximo de Henri Cristo em termos literários – com escusas a Henri Cristo – do que de qualquer outro escritor que adote tal profissão.
Na entrevista ao “Rascunho”, Sanches Neto diz que sua religião é a biblioteca e é nela em que acredita.”
Ele não cansa de repetir isso. Nas suas crônicas semanais na “Gazeta do Povo”, muito mal escritas, por sinal, este é o seu bordão preferido. O do intelectual cercado de livros esperando que, por osmose, produza grandes obras. Até agora, necas.
“Chove na Minha Infância” é chato. E resume aquilo que Sanches Neto gosta de escrever. Memórias. De sua infância em Peabiru, dos efeitos freudianos da convivência com seu padrasto e dos livros que ele descobriu na biblioteca da cidade.
Sanches Neto foi diretor da Imprensa Oficial do Estado e é hoje professor acadêmico na Universidade Estadual de Ponta Grossa, cidade a 100 quilômetros da capital. Se Curitiba já foi tachada de modorrenta, imagine Ponta Grossa... Além disso, é também crítico de literatura na “Veja”, mas dizem as más línguas que seu editor, Carlos Graieb, tem um trabalhão danado para transformar o material que ele envia em algo palatável.
Quanto a Dalton Trevisan, não é um pavão que devora críticas elogiosas, como afirma Sanches Neto. O escritor já afirmou diversas vezes, a quem o abordou para uma entrevista, que tudo que tem a dizer está em seus livros. E está mesmo.
Já Sanches Neto concede entrevistas. Muitas. E também está nas redes sociais. O twitter, por exemplo (twitter.com/miguelsanchesnt).
Ultimamente, Sanches Neto se pegou escrevendo haicais tal qual o mestre renegado. O resultado, contudo, é deplorável.
O mesmo se pode dizer de suas mensagens no twitter, que oscilam entre o bizarro e o constrangedor.
Em 28 de dezembro de 2006, arrombaram a biblioteca de Sanches Neto e levaram seu computador. Nele estava o original de “Chá das Cinco com o Vampiro”. Pena. Ele tinha uma cópia impressa e em CD.
Como diria Dorothy Parker, a obra que chega agora às livrarias não deve ser deixada de lado. Não isso, não. Deve, sim, ser atirada o mais longe possível. Sanches Neto merece.

20 comentários:

Anônimo 14 de março de 2010 às 23:41  

Miguel Sanches é um boçal, escreve sobre coisas que pensa ser a absoluta verdade, em outras palavras sua boçal verdade absoluta.
Sobre a pequena Peabiru, é injusto chamá-lo de peabiruense, pois não o é, e além do mais o que escreveu sobre a cidade foi somente para ridicularizá-la e imortalizar a imagem de cidade parada no tempo. Insetos não merecem ser comparados a um verme.

Anônimo 15 de março de 2010 às 21:43  

Prezado Marcus,

Algumas questões saltam aos olhos na leitura de seu post:

a) você leu o livro? O livro ainda não foi lançado, mas você o considera oportunista. Seria interessante deixar claro para nós, leitores do seu blog, se você já o leu ou teve acesso ao mesmo;

b) por quê você aponta que houve furto literário por meio do livro? Você tem provas disso?

c) o autor sugere que pessoas julguem parecer um oportunismo da parte dele, mas não admite que há um oportunismo com a obra;

d) por quê você destila tanto veneno contra o autor do livro e aborda questões pessoais, inclusive mencionando a necessidade de sobrevivência do autor? Há algo pessoal da sua parte contra ele?

e) você parece conhecer muito bem ou ter muita proximidade com o Dalton, conforme a passagem em que cita o Ivan Lessa. Você tem uma relação pessoal com o Dalton e por isso o defende de modo tão incisivo? É isso?

f) você considera mesmo que as crônicas semanais publicadas na Gazeta são mal escritas? Se sim, por quê o jornal, um dos mais importantes do Paraná, as publica há tanto tempo?

g) o que você tem contra as cidades do interior? Por quê fala mal de Ponta Grossa? Seria essa uma visão geocêntrica, preconceituosa? Não é possível se fazer boa literatura no interior?

h) se Carlos Graieb tem tanto trabalho para corrigir as críticas que o autor envia, por quê continua a publicá-las? Se há tantas mentes brilhantes em São Paulo e Curitiba, por exemplo, por quê ele recebe o que um crítico do interior, e que não escreve bem, envia para ele?

i) o que há de mal em usar o Twitter? Você parece seguí-lo e também possui um blog. O autor parece estar em um contexto do seu tempo, onde as redes sociais são canais importantes para a comunicação.

j) o seu post não parece uma análise, mas sim um ataque pessoal!

Cordialmente,

David

Jayme Ferreira Bueno 18 de março de 2010 às 19:01  

Desculpe não poder me dirigir diretamente a você, porque o seu perfil no Blog não sei se respeita a Convenção de Genebra.
Estamos todos aguardando a sua resposta às perguntas do David. Que tal respondr a todas, já que conhece tão bem o Miguel e o Trevisan. Provavelmente conhecia também o Wilson Martins?
Um leitor de Dalton, do Miguel e de outros bons escritores.
JAYME FERREIRA BUENO

Anônimo 19 de março de 2010 às 03:02  

Sanches Neto é o maior mau-caráter que já produziu o Brasil. Tão ruim, mas tão ruim, gente, que nem podemos dizer que pertença à literatura brasileira que critica, como a dos gigantes Dalton Trevisan, Valêncio Xavier e Wilson Bueno. Todos retratados no livro do mediocrão com uma invejável de dar dó. Outra: usar Trevisan como gancho comercial para o seu livro é nojento, detestável. Esse cara tá morto e não sabe.
Eziel Carneiro

Anônimo 19 de março de 2010 às 03:04  

LI O LIVRO, OU TENTEI, MAL ESCRITO. PÉSSIMA LITEZRATURA. COISA INFANTIL E QUE TENTA MACULAR O MAIOR ESCRITOR VIVO DO BRASIL, O GENIAL DALTON TREVISAN. ALÉM DE PÔR NA MESA VALÊNCIO XAVIER, MORTO, QUE NEM SE DEFENDER PODE/ WILSON BUENO - O GENIAL AUTOR DE "MAR PARAGUAYO"/ E O JORNALISTA FÁBIO CAMPANA, O MAIS IMPORTANTE DO PARANÁ.
MARISA LAJES CORREIA

Anônimo 19 de março de 2010 às 03:08  

Quero deixar aqui meu comentário. Não li o livro mas já o detestei. Só o fato de usar Dalton Trevisan pra vender, com execrável oportunismo, sua pobre literatura, já é um crime. Se o livro é aquela pobre que o tal de Sanchez escreve na Gazeta do Povo então, meu Deus, tem que voltar pro grupo escolar. Se escrevesse bem ainda vá lá, mas este senhor me parece semianalfabeto.
Alfredo Scherner

Anônimo 19 de março de 2010 às 03:13  

Os horários coincidem porque somos uma turma reunida aqui na casa do Alfredo estudando literatura e acabamos de ver esse livro horroroso, mal-escrito, com erros de regência e concordância, logo de cara, e resolvemos, nós de nosso grupo de estudos, manifestar nossa opinião sobre este semianalfabeto que escreve na Gazeta do Povo. Um horror, como é que o jornal admite um cara desses como colunista, gente. Um jornal que tem Tezza, Cony, Roberto Gomes, Pellegrini...
O GRUPO

Anônimo 19 de março de 2010 às 13:58  

Prezados,

Não entendi o sentimento do grupo. Deve haver exageros nos comentários. Certamente o livro não padece dos erros sugeridos por "O Grupo". Infelizmente, as análises até então realizadas parecem muito pouco racionais.

Continuo aguardando respostas às perguntas que postei nos comentários do dia 15 passado.

Cordialmente,

David

Anônimo 31 de março de 2010 às 11:40  

Texto do Jornal do Commercio, de Recife, que muita gente em Peabiru anda tentando abafar e que ainda não saiu no imprensa daqui. Diz tudo: http://jc3.uol.com.br/jornal/2010/03/28/not_371316.php.

Anônimo 5 de abril de 2010 às 13:56  

de vermes literários esta cidde de curitiba está cheia. não há santos aqui, muito menos o vampiro, nem tezza nem ninguém. isso aqui é o inferno das almas literárias penadas. não há santos. e dalton também esceve hoje pra criança, adoro sua obra, mas hoje é pra criança. não que mereça desrespeito de alguém, mas ele também dá as dele por aí. a discussão aqui é coisa de província, quem escreve neste vita space deve conhecer pouco da literatura paranaense, que tem outros escritores abafados por esses "grandes nomes". Façam-me o favor, provincianos. dalton e miguel estão pouco se fudendo pra vcs e pra todos.

Anônimo 3 de maio de 2010 às 17:43  

Não sei se o Miguel é o Salieri do Dalton, mas tenho convicçao de que o Marcos Vinícius é o Salieri do Miguel.

Milton Ribeiro 4 de maio de 2010 às 13:20  

Nossa, que besteira. É um bom livro.

Anônimo 6 de junho de 2010 às 21:37  

Desculpem-me. Tenho que manter a condição de anônimo. Li resenhas e entrevistas sobre o "chá das cinco", mas nenhuma despertou polêmica. A do Marcus, sim, porque é verdadeira. David, tenho respostas a todas as suas perguntas, mas não posso dá-las. Sei guardar segredos.

Anônimo 8 de junho de 2010 às 12:27  

Li livro depois de assistir à entrevista do autor no "Espaço Aberto Literatura".
Superou em muito as minhas expectativas. É pura literatura! Como não sou paranaense não tenho obrigação de lê-lo como um roman a clef.
Para mim este romance de Sanches Neto é uma reflexão metaliterária sobre a condição do intelectual brasileiro contemporâneo.
Lembrou-me o Recordações do Escrivão Isaías Caminha, um dos meus livros preferidos.
A diferença é que no romance do meu querido Lima Barreto o candidato a escritor se torna funcionário público e no de Sanches Neto, contemporâneo, torna-se produtor de soja.
Muito bem! Cada época com a sua tragicomédia.

Guilherme Snak 26 de junho de 2010 às 18:06  

Não li o livro de Sanches Neto, ainda. Porém tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e devo dizer que, ao primeiro encontro, pareceu ser uma excelente pessoa.

Da literatura de Trevisan não há nada a dizer. Digo da velha (pois não leio nada recente dele), daqueles livros de contos que pegava emprestado na biblioteca pública do Paraná para ler. Sempre me pareceu um escritor de estilística ímpar, única, do encadeamento seco e brilhante de palavras. Porém, ler Trevisan sempre foi um beliscão amargo na pele - definitivamente sua temática não é prazerosa. Impeli-me a lê-lo pela fama de seu nome, mas admiro sua forma de escrever, ou pelo menos a forma que escrevia algumas décadas atrás, e sua temática é importante, pois desnuda esta nossa Curitiba provinciana - acontecem muitas coisas por debaixo das saias da polaquinha.

Mas confesso que acho curioso a reação escandalosa de alguns (com razão ou sem razão, não vem ao caso), pois isto é a prova de que Trevisan mantem preciosos contatos na Imprensa - imprensa por ele tão supostamente detestada -, e que muito do que lhe é dito pode ter aí suas raízes. Para um vampiro que sempre foi descrito como indiferente ao que falam dele, até que conta com uma galeria respeitável de zumbis a sua proteção.

Anônimo 24 de julho de 2010 às 16:29  

Percebe-se que por aqui, "prout cuique mos est", algaravia-se seguramente "privilegiu immunitatis".
"O tempora, o mores"! Como diria Odorico Paraguassu: "Terra frequens colubris".
Adio, Goodbye, Aufiderzin!

Leonardo Meimes 21 de outubro de 2010 às 09:05  

Acabei de ler o livro e tenho que dizer que há nele algo de oportunismo de fato, pois qualquer fã de Dalton se delicia ouvindo as pequenas incerções sobre o cotidiano do autor. De fato não podemos pensar que Sanches Neto seja um santo, ele usou o nome de Trevisan, mas isso faz parte da pós-modernidade na literatura. Se for assim, outras obras que transformaram personagens como Capitú, ou pessoas reais como Machado de Assis, Getúlio Vargas (Agosto - de Rubem Fonseca), Antônio Conselheiro (Euclides da Cunha - Os Sertões), também deveriam ser jogadas longe?
O trabalho literário na obra não se faz pela linguagem que não tem muitas peripécias, porém pela construção, o romançe leva dois tempos em paralelo nos mostrando ao mesmo tempo o passado e o passado mais recente. Isso permite que façamos uma ligação direta entre os comportamentos do protagonista e sua infância.
Além disso, não podemos, apenas por ser um grande escritor, isentar Dalton Trevisan de qualquer crítica. Sua obra realmente é a maior obra de contos da Literatura Brasileira, porém há que ressalvar que alguns contos seus são completamente dispensáveis, valendo apenas pelo riso que causam. Ele colhe os frutos de sua timidez de forma admirável, pois qualquer fato sobre ele que chegue aos jornais resulta diretamente em um aumento sobre a produção crítica e sobre as vendas de seus livros.

Catia Toledo 28 de outubro de 2010 às 00:14  

Parece que Miguel Sanches acabou por despertar o monstro adormecido: a polêmica em torno de uma obra literária.
Gosto da forma como Miguel escreve. Na verdade, considero-o também um grande crítico literário, que, em seus textos, utiliza a palavra para analisar o texto , e só ele, sem estender os comentários à vida do autor, como deve ser uma boa crítica, bem diferente de alguns comentários postados aqui.
Quanto ao "Chá das cinco...", creio que incomode mais pelo fato de devolver ao vampiro uma estratégia reconhecidamente utilizada por ele: todos sabem que Dalton transforma seus amigos em personagens! Jamil Snege já afirmava isso, em sua obra "Como eu se fiz por si mesmo", publicada há tantos anos...mas nunca ouvi ninguém se dirigir a Dalton com tanta indignação, como fazem com Miguel. O fato de Dalton ter sido transformado em personagem pode ser lido como uma homenagem prestada ao mestre, já que Miguel dedicou alguns dias de sua vida para estudar a obra de Dalton.
De uma coisa estou certa: é literatura, da boa, como não se encontra em qualquer lugar, fruto de um fazer cuidadoso, apurado, trabalho de um professor doutor, consciente do valor da palavra e da literatura.
Quisera eu que parassem de falar da figura de Dalton e prestassem mais atenção ao texto, à precisão da escolha das palavras, à estrutura complexa. Um verdadeiro romance de formação, que deve ser lido como tal, e não ser menosprezado por factóides, que nada acrescentam à literatura brasileira...

Anônimo 10 de agosto de 2011 às 03:43  

Porque dar tanta importância a ambos os escritores? Dalton e Miguel? Que os lê nesse país a não ser um grupinho de pseudo-intelectuais de gabinete, capitaneados por mentes modorrentas a mercê de divãs de analistas? Sendo honestos, nunca autor algum, salvo Paulo Coelho (mas ele não produz literatura) conseguiu superar as barreiras da língua e lançar-se como um fenômeno no mercado mundial. Me poupe! Sugiro que fale de uma nova revolução literária nesse país, de uma literatura, moderna, antenada com o que se produz de melhor lá fora e que atinja o público e consagre o brasileiro que realmente escreve. Chega dessa velharia da cultura da cana...

Luiz Carlos Schroeder 27 de junho de 2012 às 18:46  

O blogueiro deve ser um homem extremamente invejoso (ou uma traveca ciumenta e louca, como diria Dalton.
Li o livro. Gostei. Nada de anormal. Uma boa obra literária.

Postar um comentário

Somente aqui a sua mensagem não precisa passar pelo crivo da censura. Use e lambuze, mas respeite a Convenção de Genebra.

POLÍTICA DO BLOGO

É permitido opinar, criticar e discordar dos posts e comentários publicados neste espaço desde que a Convenção de Genebra não seja mandada às favas. Também concedo-me o direito de observar os bons e maus costumes. Ou seja, filtrarei, deletarei e empalarei as agressões pessoais abaixo da cintura e os vitupérios dirigidos a outros que não este blogueiro (falem mal, mas falem de mim). No mais, soltem a franga.

  © Blogo Marcus Vinicius 'www.blogodomarcus.com.br 2008

Voltar para CIMA