UM SUPLENTE CHAMADO CHICO SIMEÃO
O empresário Chico Simeão: doação de R$ 347 mil em 2006, candidato a suplente de Requião e "quase" um borracheiro realizado.
Não faz 15 dias que o empresário Francisco Simeão, presidente da BS Colway, recebeu o título de Cidadão Honorário de Curitiba das mãos do vereador Tito Zeglin (PDT).
A honraria pouco importa. Simeão é um caso à parte na história do Paraná. Rei dos pneus remoldados no Paraná, o empresário ganhou a adesão entusiasmada do governador Roberto Requião, que chegou a apresentar-se como garoto-propaganda da empresa privada em pleno mandato. Um caso inusitado, diga-se, tal como ingerir sementes de mamona em rede nacional. Requião é mesmo de pagar esse “mico”, Simeão.
A briga do empresário, cuja fábrica está instalada em Piraquara, na Grande Curitiba, era a licença para importar pneus velhos de grandes centros como a Europa e a China para recauchutá-los e vendê-los como se fossem novos. A fachada era ecológica, mas o miolo era o lucro frio e calculista.
Como o IBAMA proibia que o Brasil fosse transformado em depósito de pneus velhos, Simeão fez um escarcéu. Atribuiu a culpa ao “lobby” das multinacionais de pneus novos e, claro, nesse quesito foi secundado pelo governador Requião.
Em dezembro de 2007, em discurso exibido ao vivo pela Paraná Educativa, Simeão, o Quixote do pneu velho, anunciou o fechamento da fábrica e a demissão de mais de mil funcionários. Antes, havia anunciado a transferência da indústria para o Paraguai, mas o projeto inviabilizou-se.
A grande novidade é que, tempos depois, a BS Colway e outra empresa do mesmo setor (a Pneus Hauer) obtiveram uma decisão favorável do Tribunal Regional Federal da 4ª Região para retomar a produção de pneus remoldados, mas Simeão já não tinha mais interesse no empreendimento. A empresa passou a atuar, então, como representante da marca Maxxis no país – ironia, uma multinacional.
O discurso de Simeão, no entanto, continuou o mesmo. O responsável pela retirada da BS Colway do mercado foi o Grande Satã dos pneus, querendo manter a reserva de mercado.
As multinacionais, por sua vez acusavam o empresário de selecionar os melhores pneus importados para remoldagem – os nacionais eram considerados impróprios por causa das más condições das estradas – e triturar os piores. “De que adianta limpar o lixo dos europeus?”, indagou o representante de um conglomerado estrangeiro. “Ele (Simeão) reconstruía a superfície externa do pneu e o comercializava como se fosse novo”, completou.
Um ano antes de anunciar a bancarrota e fechar as portas de sua empresa em clima de “novelão mexicano”, Francisco Simeão destinou à campanha reeleitoral do governador Requião a bagatela de R$ 347.320,00 de suas empresas. Um dinheiro nada desprezível, se considerado que ali estava um homem de negócios à beira da penúria.
Passados quatro anos, eis que Francisco Simeão, o amigão de Requião, o Cidadão Honorário de Curitiba, é escolhido para a suplência do candidato peemedebista, uma escolha arbitrária em um país cuja legislação eleitoral ainda resvala na arbitrariedade.
Imagine, por exemplo, que, caso eleito, Requião poderá passar quatro meses descansando em seu apartamento em Paris (aquele que ele jura que não tem), deixando em seu lugar um empresário pronto para mexer os pauzinhos e retomar o projeto de transformar o país em um grande lixão de pneus velhos do mundo inteiro. Simeão, convenhamos, é quase um borracheiro realizado.
2 comentários:
O País continua a não ter memoria.Pois esse senhor francisco Simião Rodrigues e irmão de Angelo Simião.Francisco Simião fez parte da antiga fertiplam que faliu na epoca que ele era diretor.Como o grupo Da florença de Londrina piso e ajulejos.os irmãos também falirão essa empresa.Historias dos colarinhos brancos.....
Estão construindo um aeroporto clandestino em Piraquara com o beneplácito do IAP porque molham as mãos dos fiscais!!
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