terça-feira, 1 de junho de 2010

UMA FÁBULA ORDINÁRIA


Um número cada vez maior de pessoas julga que pode ter sido um erro terrível da espécie humana descer das árvores. Se bem que teria sido pior ainda se os políticos também fizessem o mesmo.

O inglês Douglas Adams, autor de "O Mochileiro das Galáxias", narraria assim em seu programa de rádio:

Muito além, nos cafundós inexplorados da região mais brega do Braço Ocidental desta Via Láctea, há um pequeno sol amarelo e esquecido. Girando em torno deste sol, a uma distância de cerca de 148 milhões de quilômetros, há um planetinha verde (que alguns juram que é azul), cujas formas de vida, descendentes de primatas, são tão extraordinariamente primitivas que ainda acham que relógio digital é um tremendo barato.

Ocorre que um número cada vez maior de pessoas – até mesmo aquelas que têm relógios digitais – julga que pode ter sido um erro terrível da espécie humana descer das árvores. Se bem que teria sido pior ainda se os políticos também fizessem o mesmo. De certa forma, é a lei das compensações.

Certo dia estava um desses peludos (o político) catando piolho nas partes pudendas de outro – sim, o espírito de corpo deles é impressionante – quando um comentou: "Se não tiver aumento, vai haver uma fuga de cérebros".

Claro que os macacos não entenderam nada, mas o instinto fez com que se manifestassem. Primeiro houve uma espécie de grunhido que os cientistas interpretariam como um esboço rudimentar de alegria. Depois, pulinhos, saltitos e cambalhotas que os especialistas interpretariam como uma expressão voluntariosa de pura viadagem ou balé russo e, por fim, a tradicional e animada guerra de excrementos, que os especialistas enxergariam como nascedouro de todo esporte coletivo. Duvida? Pois então substitua a bola por um monte de caca e fica fácil entender.

Foi, aliás, observando os hábitos desses primatas que o grego Aristóteles compôs um de seus aforismos mais famosos (anterior a "todo viado é surdo"): "O homem é um animal político". Revisado sistematicamente ao longo dos séculos, graças ao trabalho de ciosos primatologistas, vítimas da demanda reprimida de revistinhas de sacanagem. Pois deles "obrou-se" nova definição: "O homem político é um animal".

No Bananão, os nativos concordariam em gênero, número e grau.

0 comentários:

Postar um comentário

Somente aqui a sua mensagem não precisa passar pelo crivo da censura. Use e lambuze, mas respeite a Convenção de Genebra.

POLÍTICA DO BLOGO

É permitido opinar, criticar e discordar dos posts e comentários publicados neste espaço desde que a Convenção de Genebra não seja mandada às favas. Também concedo-me o direito de observar os bons e maus costumes. Ou seja, filtrarei, deletarei e empalarei as agressões pessoais abaixo da cintura e os vitupérios dirigidos a outros que não este blogueiro (falem mal, mas falem de mim). No mais, soltem a franga.

  © Blogo Marcus Vinicius 'www.blogodomarcus.com.br 2008

Voltar para CIMA