MÁRCIO THOMAZ BASTOS E O REBOLATION DA ILEGALIDADE
Márcio Thomaz Bastos (ao fundo à esq.) e o rebolation da ilegalidade: índio tem que assistir cada coisa.
O criminalista Márcio Thomaz Bastos, agora – oh surpresa – advogado de Lula e da pré-candidata à presidência DilmA Roussef, deu uma pequena entrevista à "Folha de S. Paulo" e repetiu a palavra "deslize" três vezes. Obviamente se referia ao uso ostensivo da máquina pública na campanha da petista. Nos argumentos, Thomaz Bastos até lançou mão do latim: "erga omnes" (de forma generalizada), sustentando que a divulgação da candidata, se houve, não ocorreu, assim, em escala genérica. O piadista estava se referindo naquele momento à manifestação do 1° de Maio, cujas centrais sindicais, CUT e Força Sindical receberam R$ 1 mlhão de patrocínio das estatais para montar o palanque para Dona Dilma.
Mas Thomaz Bastos acha que não é bem assim. É deslize. E quando perguntado sobre a campanha ostensiva antes de julho, diz, tal como um garoto-propaganda de Óleo de Peroba, que a lei que proíbe a campanha eleitoral antes de julho "não abarca a realidade". De novo, Márcio Thomaz Bastos deveria apelar para o latim. Mas julga improcedente o "dura lex sed lex" (a lei é dura, mas é a lei). Nesse caso o ex-ministro da Justiça, que sempre advogou a favor do PT, mesmo dentro do governo, mesmo empossado em cargo no ministério, desconsidera o latim e o princípio básico da Justiça.
Thomas Bastos diz, no caso das manifestações pró-Dilma e até nas propagandas partidárias que a lei, ora em vigor, precisa se tornar capaz de "conter a realidade, e não de proibir o que não precisa ser proibido. Os atores dessa peça eleitoral vão testando os limites, até onde podem ir, dão um recuo tático, dão dois passos para a frente, um para trás. É isso o que acontece e continuará acontecendo."
Percebam, o ex-ministro da Justiça de Lula, ensina os passos do rebolation da ilegalidade. Ele gosta disso. Fez dessa dança sua estratégia durante todo o primeiro mandato de Lula. Não à toa, o colunista de "Veja" Diogo Mainardi o elegeu "O Homem do Ano" em 2006. Era ele a lima escondida dentro do bolo. A saber: não foi Márcio Thomas Basto quem engendrou um projeto de lei para impedir que a imprensa divulgasse o conteúdo dos grampos telefônicos? Não foi ele quem montou o acobertamento de Antonio Palocci quando o sigilo do caseiro Francenildo Costa foi violado? Não foi ele quem apareceu numa lista do politburo petista com contas bancárias em paraísos fiscais? Não foi ele quem censurou as imagens do dinheiro usado para comprar o dossiê fajuto contra os tucanos? Bom, primeiro ele abafou o caso. Depois ressurgiu, novamente como garoto-propaganga de Óleo de Peroba, para afirmar, assim, como quem não quer nada, que "era preciso ver se o fato realmente tinha uma grande gravidade".
Márcio Thomaz Bastos sumiu do governo e do mapa, mas continuou agindo como "eminência parda" nos corredores de Brasília, tal como José Dirceu, o "Pedro Caroço" do Xaxado Paranaense.
Agora vem a público dizer que o mensalão – aquele! –, que ainda está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não vai além de um crime eleitoral, apesar de desconhecer o processo e as perícias. "Não me parece verossímil a história de que havia uma mesada paga a congressistas. Não acredito nisso até porque muitos dos acusados eram da base do governo. Eram deputados do PT, de partidos aliados".
Márcio Thomaz Bastos é o homem de todos os anos. Sempre imbatível.
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