DILMA SAI NA TRILHA DE CAFEZINHO A R$ 352,22
Encostada na parede, a petista Dilma Rousseff inventou uma viagem de estadista: saída estratégica para o aeroporto.
A petista Dilma Rousseff interrompeu a campanha, na semana passada, para fazer um giro internacional. Isso é coisa de estadista e costuma ser reservado, no Brasil e em outras nações, a candidatos vencedores prestes a assumir a Presidência da República ou o cargo de primeiro-ministro onde há Parlamentarismo. Dona Dilma não entendeu assim. Com a nova edição do escândalo dos aloprados pipocando em Brasília, a petista julgou melhor agir como o Leão da Montanha do desenho de Hanna-Barbera (quem não foi lotomizado por Hanna-Barbera?) e escapar estrategicamente para o aeroporto.
Enquanto levantava vôo seus assessores encarregaram-se de marcar reuniões com o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, com o arroz de festa francês Nicolas Sarkozy e com o primeiro-ministro português (quem?) José Sócrates. Em plena época de Copa do Mundo, foi mais do que conveniente que os tais governantes estivessem a ver navios em seus gabinetes, mais preocupados com o desempenho de suas seleções na África do Sul. Dilma aproveitou a ocasião. Mas fez mais do que isso. Fugiu do Regime Disciplinar Diferenciado imposto a qualquer candidato que postula uma vaga na presidência para escorregar, feito um delúbio ensaboado, das questões capciosas que certamente lhe fariam acerca do "Caso Aloprados 2".
Não por coincidência, Dilma Rousseff decidiu não comparecer ao debate promovido pelo UOL-Folha, já confirmado anteriormente (Eu só devo explicações à população", afirmou Pois é). Não por coincidência, a casa do Lago Sul guarda coincidências inexoráveis com o Mensalão 2 de José Roberto Arruda. Faltou apenas que o dinheiro que desembarcou aos borbotões na casa de luxo fosse transportado também em peças íntimas do corpo de seus receptores, como cuecas, meias, e calçolões.
O destino desse dinheiro era sabido: comprar dossiês contra tucanos, numa repetição "petética" da mesma estratégia adotada na campanha presidencial de 2006. Já a fonte desse dinheiro é um novo personagem no livro de rolos petista. Trata-se do empresário Benedito Oliveira, um novo-rico, dono da Dialog, que da noite para o dia fechou contratos milionários com o governo e, por gratidão, decidiu "doar" parte dos recursos para a operação petista então em curso.
Benedito também é o personagem de um fato cômico. Em 2009, o Ministério da Pesca decidiu gastar 72% de tudo que gastou naquele ano em um único contrato com a Dialog. E para onde seriam destinados esses R$ 94 milhões. Resposta: para servir cafezinhos. Pelo cálculo proposto pela empresa de Benedito Oliveira que, lembremos, estava devolvendo a gentileza dos contratos milionários (ou ao arrepio deles) para o governo Lula, cada xicrinha de 50 mililitros custaria R$ 352,22. E o Ministério da Pesca estava disposto a pagar centavo por centavo.
Por isso, Dilma deu no pinote. Não haveria assessor de Barack Obama nem riponga do Vale do Silício (leia-se Marcelo Branco, que veio de Woodstock a pé para o Brasil) que pudesse dar explicação para o caso. Onde arrumar um lugar, nos quatro cantos do mundo, onde uma xícara de café saísse a tal preço? A coisa ficou pior ainda quando o delegado aposentado da Polícia Federal, Onézimo Sousa, compareceu ao Senado para confirmar que foi convidado a participar de um grupo, cuja missão era espionar o candidato à presidência da República do PSDB, José Serra. Mais: em reportagem, a Folha de S. Paulo revelou que o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, já havia sido vítima de espionagem petista, através da quebra de seu sigilo fiscal e bancário. Qualquer coincidência com o caso do caseiro Francenildo Souza não é mera coincidência. Os petistas têm mesmo know-how.
Sob essa nova luz, fica mais fácil entender por que Dilma Rousseff inventou um passeio de estadista inusual. O Leão da Montanha sempre fazia o mesmo.
0 comentários:
Postar um comentário
Somente aqui a sua mensagem não precisa passar pelo crivo da censura. Use e lambuze, mas respeite a Convenção de Genebra.