PESSUTI E O GAFANHOTÃO

A participação do governador de São Paulo José Serra (PSDB), no seminário pimpão que discutiu a crise econômica internacional, promovida pelo governo do Paraná, dá sinais de que Requião pode pender para o lado dos tucanos nas eleições de 2010.
Para isso não dispensaria uma ação para distanciar-se do PT, com quem anda às turras, e neutralizar a candidatura do vice, o também peemedebista Orlando Pessuti, na disputa ao governo do estado.
Candidatíssimo ao Senado, Requião avalia que o PT e Pessuti tornaram-se dois fardos que ele não está disposto a carregar em 2010, sob o risco de ver o seu projeto político descer pelo ralo.
Para isso, já encarregou o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), e o sem-voto contumaz Doático Santos a desenterrar a municiar a "Operação Gafanhoto" - ora dormitando em berço esplêndido - e disparar artilharia contra Pessuti, chamado de "Gafanhotão" sem cerimônia nos corredores do Palácio das Araucárias.
A operação, que corre em segredo de justiça, está a cargo da Polícia Federal e trata do desvio de recursos públicos da Assembléia Legislativa e da investigação de cargos fantasmagóricos nos 54 gabinetes dos deputados.
Do plano requiônico também deve participar o secretário sem-pasta Luiz Mussi, que deve assumir a Secretaria de Comunicação Social em janeiro do próximo ano e o secretário de Imprensa, Benedito, o Pires, que andava em ostracismo voluntário nos últimos meses.
Quanto ao PT, a tarefa é mais fácil. Requião só espera que a crise atinja a popularidade de Lula para romper com o governo federal e provocar o desembarque dos petistas da administração estadual.
Assim, o governador estará livre, leve e solto, para negociar alianças e fortalecer sua candidatura ao Senado com os adversários de Lula. No fim das contas, é só nisso que ele pensa.