segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

FORÇA SINDICAL DÁ UMA 'FORÇA' PARA DILMA

Um tal de Juruna, nome de "guerra" de João Carlos Gonçalves, secretário-geral do politburro da Força Sindical, enviou e-mail aos "cumpanheiros" anunciando a palestra da minista Dilma Roussef, na sede da entidade, nesta quarta-feira (18), em São Paulo. Coincidêndia ou não, o evento ocorre uma semana depois do governo ter atendido o clamor das entidades sindicais e estendido de cinco para sete meses o seguro-desemprego.

Dilma, vai falar o óbvio ululante: crise internacional, o PAC e a geração de empregos. Nenhuma novidade, portanto, salvo o fato de que é candidata à presidência e precisa alçar vôo nas pesquisas de intenção de voto.

A convocação de Juruna, no entanto, agitou a "classe trabalhadora que vai ao paraíso". Os sindicatos paranaenses ligados à Força imediatamente enviaram solicitação a Sérgio Butka, presidente da entidade no Paraná, requerendo as facilidades necessárias para comparecer à palestra de Dona Dilma. O conteúdo do e-mail merece ser reproduzido:

"Olá Sérgio, solicitamos a gentileza de autorizar a liberação de passagem aérea para irmos no evento".

Ao que se segue o nome de cinco sindicalistas - todas mulheres - interessadíssimas em passear de avião às custas daquela contribuição sindical obrigatória que faz a alegria dos dirigentes e enche as burras das entidades de classe.

A Força Sindical nasceu sob a sombra do malufismo e era arquirrival da CUT (Central Única dos Trabalhadores) até Lula chegar ao poder e unir os sindicalistas sob o mesmo guarda-chuva do aparelho de Estado. Rufaram assim os tambores do peleguismo oficial.

Dilma, que não é boba nem nada, surfa nessa onda. Sabe que dando uma "forcinha" à Força amealha para si apoio precioso nas eleições de 2010.

Quem leu a entrevista de Jarbas Vasconcelos (PMDB), na "Veja" desta semana, percebeu que ele sabe das coisas. Enquanto os tucanos vacilam, o lulo-petismo avança risonho e sacudido. Diz Vasconcelos: "É um erro subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista (bolsa-família é bolsa-voto), da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma".

Alguma dúvida? Se os tucanos precisam ainda de uma prova consistente que Dilma está em campanha, basta dar uma espiadela na notícia algo carnavalesca, publicada nesta segunda-feira (16) pelo "Estadão", que informa a disposição do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) e do deputado Carlos Santana (PT-RJ) em distribuir máscaras da ministra da Casa Civil durante ensaio de um bloco carnavalesco no Rio. Os dois dizem ter dividido o custo de 2 mil máscaras a R$ 2 cada. Só no domingo foram distribuídas 600. Precisa dizer mais alguma coisa?

Juruna já deu o sinal. Índio quer apito. Mas quer um carguinho também.

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